Bem-vindo à nossa área de tratamentos. Aqui você encontrará informações claras e detalhadas sobre os procedimentos que realizamos. Nosso compromisso é aliar tecnologia de ponta, técnicas minimamente invasivas e um cuidado humano e individualizado para garantir a sua rápida recuperação e o retorno à vida que você ama. Navegue pelas seções abaixo para entender como podemos ajudá-lo a superar a dor e reconquistar seus movimentos.
Conheça Nossos Tratamentos Ortopédicos
Infiltrações e Tratamento Minimamente Invasivo
Procedimentos modernos e eficazes para tratar a dor e acelerar a recuperação, evitando ou adiando a necessidade de cirurgias mais complexas.
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O que é?
A viscossuplementação é um tratamento que consiste na aplicação de ácido hialurônico diretamente na articulação, como o joelho. Essa substância, semelhante ao líquido sinovial natural, atua como um lubrificante e amortecedor, reduzindo o atrito e a dor em articulações com desgaste (artrose).
Indicações
É indicada principalmente para pacientes com artrose de grau leve a moderado, que sentem dor e rigidez articular. É uma excelente opção para quem não obteve alívio com medicamentos e fisioterapia, ou para quem deseja adiar uma cirurgia de prótese.
Como é Realizado?
O procedimento é rápido e realizado com auxílio de ultrassom para garantir máxima precisão e segurança. Após uma rigorosa limpeza da pele (assepsia) e anestesia local, a injeção é aplicada.
Benefícios Esperados
O principal benefício é o alívio significativo da dor, que melhora a mobilidade e a qualidade de vida. Outras vantagens incluem a redução da inflamação, a nutrição da cartilagem restante e o retorno às atividades diárias com mais conforto.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
A recuperação é imediata. Recomenda-se evitar atividades de alto impacto por 24 a 48 horas. Pode haver um leve inchaço ou desconforto no local, que melhora com gelo e analgésicos.
Riscos e Contraindicações
Os riscos são baixos, incluindo dor temporária no local da injeção e, muito raramente, infecção. É contraindicado para pacientes com infecção ativa na articulação, na pele adjcente ou alergia aos componentes do produto.
Perguntas Frequentes (FAQ)
A infiltração com ácido hialurônico dói? O desconforto é mínimo, pois utilizamos anestesia local na pele antes da aplicação, tornando o procedimento bem tolerado.
Quanto tempo dura o efeito do tratamento? O alívio da dor pode durar de seis meses a mais de um ano, variando conforme o grau da artrose e a resposta individual do paciente.
O convênio cobre a viscossuplementação? A cobertura varia entre os planos de saúde. Nossa equipe pode auxiliar na verificação e nos trâmites necessários junto ao seu convênio.
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O que é?
O bloqueio de nervos geniculares (ao redor do joelho) ou outros nervos periféricos é um procedimento focado no controle da dor crônica. Ele consiste na injeção de uma pequena quantidade de anestésico local e, por vezes, um anti-inflamatório (corticoide), diretamente ao redor dos nervos responsáveis por transmitir a sensação de dor de uma articulação ou área específica. O objetivo é "desligar" temporariamente esses sinais de dor.
Indicações
É indicado para pacientes com dor crônica no joelho, principalmente devido à osteoartrose avançada, que não são candidatos à cirurgia (por razões de saúde) ou que desejam adiar um procedimento de prótese. Também é usado como um teste diagnóstico antes de um procedimento mais duradouro, como a rizotomia.
Como é Realizado?
O paciente é posicionado confortavelmente. A pele sobre a área-alvo (geralmente o joelho) é limpa e esterilizada. Usando fluoroscopia (raio-x em tempo real) ou ultrassom para visualização precisa, o médico guia uma agulha fina até a proximidade dos nervos geniculares. Uma vez na posição correta, a medicação é injetada.
Benefícios Esperados
Alívio rápido e significativo da dor crônica.
Melhora da capacidade de realizar fisioterapia e atividades diárias.
Redução do uso de analgésicos orais.
Pode confirmar se a dor do paciente realmente se origina daqueles nervos específicos.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
O procedimento é ambulatorial. O paciente pode sentir a perna um pouco dormente por algumas horas. Recomenda-se repouso no dia do procedimento. A maioria dos pacientes retorna às atividades normais no dia seguinte.
Riscos e Contraindicações
Os riscos são baixos. Pode ocorrer dor ou hematoma no local da injeção. Dormência temporária ou fraqueza na área são possíveis, mas raras. Infecção é um risco muito raro. É contraindicado em caso de infecção ativa ou distúrbios de coagulação.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Quanto tempo dura o alívio da dor com o bloqueio?
A duração do alívio varia. Um bloqueio diagnóstico com apenas anestésico dura algumas horas. Quando um corticoide é adicionado, o alívio pode durar de algumas semanas a vários meses.
Se o bloqueio funcionar, qual o próximo passo?
Se o paciente obtiver um alívio excelente (geralmente >50% de melhora da dor), ele pode ser um bom candidato para a Rizotomia por Radiofrequência, um procedimento que oferece um alívio da dor muito mais duradouro.
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O que é?
A rizotomia, também conhecida como ablação por radiofrequência, é um procedimento minimamente invasivo para o tratamento da dor crônica. Ele utiliza uma corrente elétrica de alta frequência para gerar calor e "queimar" (cauterizar) seletivamente os pequenos nervos sensoriais que transmitem os sinais de dor de uma articulação, como o joelho ou a coluna, para o cérebro.
Indicações
É indicada para pacientes com dor crônica no joelho (osteoartrose) ou dor lombar crônica (facetária) que tiveram um alívio bem-sucedido e significativo (>50%) com um bloqueio nervoso diagnóstico prévio. É uma excelente opção para quem não pode ou não quer se submeter a uma cirurgia de prótese.
Como é Realizado?
O procedimento é semelhante ao bloqueio. Realizado em centro cirúrgico com sedação leve, o médico utiliza fluoroscopia (raio-x) para guiar agulhas especiais (cânulas) até os nervos-alvo. Um eletrodo é inserido através da cânula e, após testes para confirmar a posição correta, a radiofrequência é aplicada por cerca de 90 segundos para criar a lesão térmica no nervo.
Benefícios Esperados
Alívio da dor de longa duração, podendo durar de 6 meses a mais de 2 anos.
Melhora drástica na qualidade de vida e na função.
Redução ou eliminação da necessidade de medicamentos para dor.
Procedimento seguro e minimamente invasivo.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
O paciente recebe alta no mesmo dia. Pode haver dor no local da aplicação por alguns dias, que é controlada com analgésicos e gelo. O alívio total da dor crônica pode levar de 2 a 4 semanas para se manifestar completamente.
Riscos e Contraindicações
Os riscos são baixos, mas podem incluir dor temporária, hematoma ou dormência na pele sobre a área tratada. O risco de infecção ou dano a nervos motores é extremamente baixo com a técnica correta. Contraindicado em pacientes com marcapasso (requer avaliação específica), infecção ativa ou distúrbios de coagulação.
Perguntas Frequentes (FAQ)
A rizotomia é permanente? Não. Os nervos têm a capacidade de se regenerar ao longo do tempo. Por isso, o alívio da dor, embora duradouro, não é considerado permanente. O procedimento pode ser repetido se a dor retornar após alguns anos.
Vou perder a sensibilidade na perna? Não. A rizotomia visa apenas os pequenos ramos nervosos puramente sensoriais que inervam a articulação. Ela não afeta os nervos motores (que controlam a força muscular) nem os grandes nervos responsáveis pela sensibilidade da pele da perna e do pé.
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O que é?
A terapia com Aspirado de Medula Óssea (BMA) é um tratamento regenerativo avançado. Consiste em coletar uma pequena amostra da medula óssea do próprio paciente (geralmente da bacia), que é rica em células-tronco e outros fatores de crescimento. Esse material é processado e aplicado na área lesionada para estimular a cicatrização e regeneração dos tecidos.
Indicações
É indicado para lesões de cartilagem, tendinites crônicas (tendinopatias) e lesões musculares. Também é uma opção para casos iniciais de artrose, visando controlar melhor a dor e retardar sua progressão.
Como é Realizado?
O procedimento envolve duas etapas, realizadas no mesmo ato: 1) A coleta do aspirado da medula óssea do osso da bacia (ilíaco) sob anestesia. 2) O material é centrifugado para concentrar as células regenerativas e, em seguida, injetado com precisão na lesão, guiado por ultrassom.
Benefícios Esperados
O principal benefício é a melhora das condições biológicas do tecido, utilizando o próprio poder de regeneração do corpo. Isso pode resultar em alívio da dor, melhora da função e, em alguns casos, evitar a necessidade de uma cirurgia mais invasiva.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
O período de recuperação varia conforme a lesão tratada. Geralmente, envolve um período de repouso relativo e carga parcial, seguido por fisioterapia para otimizar os resultados.
Riscos e Contraindicações
Os riscos são baixos, pois utiliza material do próprio corpo, eliminando o risco de rejeição. Pode haver dor no local da coleta e da aplicação. É contraindicado para pacientes com tumores ativos, doenças hematológicas ou infecções.
Perguntas Frequentes (FAQ)
BMA e PRP são a mesma coisa? Não. O BMA é obtido da medula óssea e contém células-tronco, enquanto o PRP (Plasma Rico em Plaquetas) é obtido do sangue e é rico em fatores de crescimento. A escolha depende do tipo de lesão.
O tratamento com BMA é considerado doping? Não. Por utilizar apenas células do próprio paciente sem manipulação excessiva, a terapia com BMA é permitida pela Agência Mundial Antidoping (WADA) para atletas.
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O que é?
O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) é uma terapia biológica que utiliza o próprio sangue do paciente para acelerar a cura de lesões. O sangue é coletado, centrifugado para separar seus componentes, e a porção rica em plaquetas é isolada. As plaquetas são células que contêm centenas de fatores de crescimento, que, ao serem injetados em uma área lesionada, estimulam a reparação de tendões, ligamentos, músculos e articulações.
Indicações
O PRP é eficaz para uma variedade de condições ortopédicas, incluindo:
Tendinopatias crônicas (tendinite do cotovelo, tendão de Aquiles, tendinite patelar).
Lesões musculares e ligamentares agudas.
Osteoartrose (artrose) de joelho de leve a moderada, para alívio da dor e melhora da função.
Auxiliar na cicatrização após certas cirurgias.
Como é Realizado?
O processo é simples e rápido. Uma amostra de sangue é retirada do braço do paciente, como em um exame de sangue de rotina. O sangue é colocado em uma centrífuga especial que o gira em alta velocidade, separando o plasma rico em plaquetas. Este concentrado de PRP é então cuidadosamente injetado na área-alvo, frequentemente com o auxílio de ultrassom para garantir a aplicação precisa.
Benefícios Esperados
Aceleração do processo de cicatrização natural.
Redução da dor e inflamação.
Melhora funcional e retorno mais rápido às atividades.
Tratamento seguro, pois utiliza o sangue do próprio paciente (autólogo).
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
Após a injeção, é normal sentir um aumento temporário da dor ou desconforto na área por 24-72 horas, pois os fatores de crescimento iniciam um processo inflamatório curativo. Repouso relativo e gelo são recomendados. A reabilitação com fisioterapia é crucial para guiar a cicatrização do tecido.
Riscos e Contraindicações
Como o PRP é derivado do próprio corpo, o risco de reações alérgicas ou de transmissão de doenças é nulo. Os riscos principais são dor local, inchaço e um pequeno risco de infecção no local da injeção. É contraindicado em pacientes com distúrbios de coagulação, infecções ativas ou baixa contagem de plaquetas.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O tratamento com PRP é aprovado no Brasil?
Sim. O uso do PRP para fins ortopédicos é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pode ser realizado por médicos habilitados, desde que o preparo seja feito no mesmo local da aplicação (consultório ou centro cirúrgico).
Qual a diferença entre PRP e infiltração com corticoides?
O corticoide é um potente anti-inflamatório que alivia a dor rapidamente, mas não cura o tecido e, se usado em excesso, pode até enfraquecê-lo. O PRP, por outro lado, tem um efeito regenerativo: ele não apenas alivia a dor a longo prazo, mas também estimula a cicatrização biológica do tecido lesionado.
Em quanto tempo vejo os resultados do PRP?
O PRP age estimulando um processo biológico, que leva tempo. A melhora geralmente começa a ser percebida após algumas semanas, com o resultado máximo sendo observado entre 2 a 3 meses após a aplicação.
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O que é?
A infiltração de tendão é a injeção de uma substância medicamentosa diretamente na bainha que reveste um tendão ou na área peritendínea (ao redor do tendão). O objetivo é tratar a inflamação (tendinite) ou o processo degenerativo (tendinose), aliviando a dor e facilitando a reabilitação. As substâncias mais usadas são corticoides (para inflamação aguda) ou terapias biológicas como o PRP.
Indicações
É indicada para o tratamento de tendinopatias crônicas que não respondem a tratamentos conservadores, como:
Tendinite patelar (joelho de saltador).
Tendinite do manguito rotador (ombro).
Tendinite de Aquiles.
Epicondilite lateral (cotovelo de tenista).
Como é Realizado?
O procedimento é guiado por ultrassom para garantir que a medicação seja aplicada no local exato da lesão, evitando a injeção dentro do tendão, o que poderia enfraquecê-lo. Após a assepsia e anestesia local, a agulha é posicionada e a medicação é injetada lentamente.
Benefícios Esperados
Redução da dor e da inflamação local.
Melhora da função e amplitude de movimento.
Permite que o paciente progrida de forma mais eficaz na fisioterapia.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
Após a infiltração com corticoide, recomenda-se repouso relativo da área por alguns dias. Se o PRP for usado, pode haver um período de dor reacional, seguido de reabilitação focada. A fisioterapia é essencial após o procedimento para tratar a causa raiz do problema.
Riscos e Contraindicações
O principal risco, especialmente com corticoides, é a ruptura do tendão se a injeção for feita repetidamente ou dentro da substância do tendão. Outros riscos incluem despigmentação da pele, atrofia da gordura local e infecção (rara). É contraindicado se houver suspeita de ruptura completa do tendão ou infecção.
Perguntas Frequentes (FAQ)
A infiltração vai curar meu tendão?
Uma infiltração com corticoide trata principalmente a dor e a inflamação, criando uma janela de oportunidade para a reabilitação. Uma infiltração com PRP visa estimular a cura biológica do tendão. Em ambos os casos, a fisioterapia é fundamental para a cura completa.
Quantas infiltrações de corticoide posso fazer no mesmo local?
Geralmente, não se recomenda mais do que 2 a 3 injeções de corticoide no mesmo tendão ao longo da vida, devido ao risco de enfraquecimento do tecido.
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O que é?
A Terapia por Ondas de Choque (TOC) é um tratamento não invasivo que utiliza ondas acústicas de alta energia para tratar uma variedade de condições musculoesqueléticas crônicas. Essas ondas são aplicadas na área dolorosa para estimular processos de reparo biológico, como a formação de novos vasos sanguíneos, a liberação de fatores de crescimento e a dissolução de calcificações.
Indicações
A TOC é altamente eficaz para:
Fascite plantar (com ou sem esporão de calcâneo).
Tendinopatias calcificadas do ombro.
Epicondilite lateral e medial (cotovelo de tenista/golfista).
Tendinite patelar e de Aquiles.
Síndrome da dor trocantérica (bursite no quadril).
Aceleração da consolidação de fraturas (pseudoartrose).
Como é Realizado?
O procedimento é feito no consultório. O médico localiza a área exata da dor, aplica um gel de contato e posiciona o aplicador da máquina sobre a pele. A máquina então dispara as ondas de choque na área-alvo. A sessão dura de 10 a 20 minutos. Pode haver um desconforto durante a aplicação, que é ajustado conforme a tolerância do paciente.
Benefícios Esperados
Alívio da dor crônica.
Tratamento não invasivo, sem cortes ou agulhas.
Estímulo à cicatrização de tecidos que não melhoraram com outros tratamentos.
Alternativa a infiltrações ou cirurgias em muitos casos.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
Não há tempo de inatividade. O paciente pode retornar às suas atividades normais imediatamente. Recomenda-se evitar atividades de alto impacto e o uso de anti-inflamatórios por alguns dias para não interferir no processo curativo iniciado pelas ondas.
Riscos e Contraindicações
A TOC é muito segura. Os efeitos colaterais são leves e temporários, incluindo vermelhidão, pequeno inchaço ou hematoma na área tratada. É contraindicada sobre áreas com tumores, infecções, em gestantes (na região do abdômen) ou em pacientes com distúrbios de coagulação.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Terapia por ondas de choque é o mesmo que ultrassom terapêutico?
Não. Embora ambos usem ondas sonoras, as ondas de choque são de energia muito mais alta e têm um mecanismo de ação diferente, mais focado em causar uma "microlesão" controlada para reiniciar o processo de cura em tecidos cronicamente inflamados ou degenerados.
Quantas sessões são necessárias?
O protocolo mais comum envolve de 5 a 7 sessões, realizadas com intervalo de uma semana entre elas. A melhora pode ser sentida logo após as primeiras sessões, mas o resultado final é geralmente observado de 8 a 12 semanas após o término do tratamento.
Cirurgia de Joelho
Técnicas cirúrgicas avançadas e personalizadas para restaurar a função, a estabilidade e eliminar a dor no joelho, permitindo o retorno ao esporte e às atividades que você ama.
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O que é?
Condropatia Patelar (ou Condromalácia) é o termo usado para descrever o amolecimento, fissuras ou desgaste da cartilagem da patela. É uma das causas mais comuns de dor na parte da frente do joelho ("dor anterior"), especialmente em adolescentes e adultos jovens, sendo mais frequente em mulheres. A condição é classificada em graus (de I a IV), indo de um simples amolecimento até a exposição completa do osso subjacente.
Causas Comuns
A condropatia geralmente não é causada por um trauma único, mas sim por uma sobrecarga repetitiva na articulação entre a patela e o fêmur. Os principais fatores são:
Desequilíbrios Musculares: Fraqueza dos músculos do quadril (glúteos) e do quadríceps, que falham em estabilizar a patela corretamente.
Encurtamentos Musculares: Principalmente da parte de trás da coxa (isquiotibiais).
Problemas Biomecânicos: Alterações na forma de pisar (pisada pronada), joelho valgo.
Overuse (Excesso de Uso): Aumento súbito na intensidade ou volume de atividades como corrida, agachamentos ou subir e descer escadas.
Anatomia: Fatores como a patela alta podem aumentar a pressão na cartilagem.
Sintomas Principais
Dor difusa na parte da frente do joelho, ao redor ou atrás da patela.
Dor que piora ao subir ou descer escadas, agachar, correr ou levantar-se após um longo período sentado ("sinal do cinema").
Crepitação (barulhos de "areia" ou estalos) ao dobrar e esticar o joelho.
Sensação de inchaço, embora o inchaço visível seja menos comum.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é eminentemente clínico.
História e Exame Físico: A descrição dos sintomas pelo paciente é muito sugestiva. O médico realizará manobras para comprimir a patela contra o fêmur, o que geralmente reproduz a dor. A avaliação da força e flexibilidade dos músculos da coxa e quadril é fundamental.
Exames de Imagem: A ressonância magnética pode confirmar o grau de amolecimento ou desgaste da cartilagem, mas é importante notar que a gravidade da lesão na ressonância nem sempre corresponde à intensidade dos sintomas do paciente. Muitas pessoas têm alterações na cartilagem sem sentir dor.
Opções de Tratamento
O tratamento é quase sempre conservador e focado na correção da causa do problema. A cirurgia é raramente indicada.
Fisioterapia (Pilar Principal):
Fortalecimento: Foco principal nos músculos do quadril (glúteo médio) e no quadríceps (especialmente o vasto medial), para melhorar o alinhamento e a estabilidade da patela.
Alongamento: Principalmente dos músculos posteriores da coxa e da banda iliotibial.
Modificação de Atividades: Reduzir ou adaptar temporariamente as atividades que causam dor (como corrida em subidas ou agachamentos profundos).
Medicação: Anti-inflamatórios podem ser usados em fases de maior dor.
Infiltrações: A injeção de ácido hialurônico (viscossuplementação) pode ser uma opção para aliviar a dor e melhorar a função em alguns casos.
Recuperação e Pós-Tratamento
A melhora é gradual e depende da disciplina do paciente com o programa de reabilitação. Não é uma "cura" rápida, mas um processo de reequilíbrio muscular que, uma vez alcançado, permite o retorno completo às atividades sem dor.
Prevenção
Manter um programa de fortalecimento regular, com atenção especial aos glúteos.
Evitar aumentos bruscos no volume de treinos.
Usar calçados adequados para a sua pisada durante o esporte.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Tenho condropatia grau IV na ressonância. Preciso de cirurgia? Não necessariamente. O tratamento é guiado pelos seus sintomas, não apenas pela imagem. Muitos pacientes com lesões avançadas na ressonância respondem extremamente bem ao tratamento conservador focado no reequilíbrio muscular e se tornam assintomáticos. A cirurgia é uma exceção.
Condropatia patelar vira artrose? Pode ser um estágio inicial da artrose patelofemoral, mas com o tratamento adequado focado na biomecânica, muitos casos são controlados com sucesso, evitando ou adiando significativamente a progressão para um desgaste mais grave.
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O que é?
A artroscopia de joelho é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo. Através de duas ou três pequenas incisões (menores que 1 cm), inserimos uma microcâmera (artroscópio) e instrumentos delicados para visualizar, diagnosticar e tratar problemas dentro da articulação, sem a necessidade de um grande corte.
Indicações
É indicada para tratar uma vasta gama de problemas, como lesões de menisco (sutura ou meniscectomia), lesões de ligamentos (como o LCA), lesões de cartilagem e remoção de corpos livres no joelho.
Como é Realizado?
Sob anestesia, o cirurgião faz pequenas incisões e insere o artroscópio, que transmite imagens em alta definição para um monitor. Guiado por essas imagens, o cirurgião utiliza instrumentos de precisão para reparar ou remover o tecido danificado.
Benefícios Esperados
Os benefícios são notáveis: recuperação mais rápida, menos dor no pós-operatório, menor risco de infecção, cicatrizes mínimas e alta hospitalar precoce em comparação com a cirurgia aberta tradicional.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
A recuperação depende do tratamento realizado. Geralmente, envolve o uso de muletas por um período, fisioterapia para restaurar a força e o movimento, e aplicação de gelo para controlar o inchaço. O retorno às atividades é progressivo e orientado pelo cirurgião.
Riscos e Contraindicações
Embora segura, a artroscopia possui riscos como qualquer cirurgia, incluindo infecção, trombose venosa profunda e rigidez articular. É contraindicada em pacientes com infecção ativa ou problemas de pele no local da cirurgia.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Preciso ficar internado para fazer a artroscopia? Na maioria dos casos, a artroscopia é um procedimento cirúrgico com internação de apenas um dia (hospital-dia), permitindo que o paciente retorne para casa no mesmo dia da cirurgia.
Quando posso voltar a dirigir após a artroscopia? O retorno à direção depende do joelho operado (direito ou esquerdo) e do tipo de procedimento. Em média, pode variar de 1 a 4 semanas, quando o paciente tiver controle total do membro e não sentir dor.
A artroscopia deixa cicatriz? As cicatrizes são mínimas, geralmente dois ou três pequenos pontos que se tornam quase imperceptíveis com o tempo.
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O que é?
A cirurgia de reconstrução do LCA é o procedimento para substituir o ligamento rompido no joelho. Como o LCA não cicatriza sozinho, utilizamos um enxerto (um novo ligamento, geralmente retirado de tendões do próprio paciente) para restaurar a estabilidade da articulação.
Indicações
É indicada para pacientes ativos com lesão completa ou parcial do LCA que apresentam sintomas de instabilidade ("falseio" no joelho). O objetivo é permitir o retorno seguro às atividades esportivas e prevenir novas lesões (como de menisco e cartilagem) e o desenvolvimento de artrose precoce.
Como é Realizado?
A cirurgia é feita por artroscopia. Primeiramente, o enxerto é retirado (geralmente dos tendões flexores ou do tendão patelar). Em seguida, túneis ósseos são perfurados no fêmur e na tíbia, nos locais exatos do ligamento original. O novo ligamento é passado por esses túneis e fixado com parafusos ou outros dispositivos.
Benefícios Esperados
O principal benefício é a restauração da estabilidade do joelho, eliminando a sensação de falseio. Isso permite que o paciente retome atividades esportivas que envolvem giros e mudanças de direção, com segurança e confiança.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
A reabilitação é uma fase crucial e pode levar de 9 a 12 meses. Inicia-se com fisioterapia no dia seguinte à cirurgia para ganhar movimento e controlar a dor. O processo envolve fortalecimento progressivo, treino de equilíbrio (propriocepção) e um retorno gradual ao esporte.
Riscos e Contraindicações
Os riscos incluem rigidez articular, dor anterior no joelho, falha do enxerto ou nova ruptura e, mais raramente, infecção. A cirurgia geralmente não é indicada para pacientes sedentários sem queixas de instabilidade ou com artrose avançada.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Preciso operar se rompi o LCA? Depende do seu nível de atividade e dos seus sintomas. Se você é um atleta ou uma pessoa ativa que sente o joelho "sair do lugar", a cirurgia é fortemente recomendada. Para pessoas mais sedentárias que não têm queixas de instabilidade, um tratamento conservador com fisioterapia pode ser uma opção.
Quando posso voltar a jogar futebol após a cirurgia de LCA? O retorno seguro ao esporte de contato geralmente ocorre entre 9 e 12 meses após a cirurgia, após o paciente passar por um protocolo completo de reabilitação e testes funcionais.
Vou precisar usar muletas? Por quanto tempo? Sim, o uso de muletas é necessário nas primeiras semanas para proteger o enxerto e auxiliar na marcha, geralmente por um período de 2 a 4 semanas.
O enxerto pode romper novamente? Sim, embora as taxas de sucesso sejam altas (acima de 90%), existe o risco de uma nova lesão, especialmente se o retorno ao esporte for precoce ou se a reabilitação não for seguida corretamente.
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O que é?
A sutura de menisco é um procedimento cirúrgico artroscópico realizado para reparar um menisco rompido. O objetivo é “costurar” as partes “rasgadas” do menisco, permitindo que ele cicatrize e preserve sua função de amortecimento e estabilização do joelho. É a opção preferida sempre que o tipo e a localização da lesão permitem a cicatrização.
Indicações
A sutura é indicada principalmente para lesões traumáticas, longitudinais ou verticais, em pacientes jovens e ativos. A chave para o sucesso é que a lesão esteja na "zona vermelha" do menisco, a área externa que possui suprimento sanguíneo e, portanto, potencial de cicatrização.
Como é Realizado?
Através da artroscopia, o cirurgião avalia a lesão. Se for reparável, instrumentos especiais são usados para passar fios de sutura através do tecido do menisco, unindo as bordas da ruptura. Existem várias técnicas ("inside-out", "outside-in" e "allinside"), e a escolha depende da localização exata da lesão.
Benefícios Esperados
Preservação do menisco, o que é crucial para a saúde a longo prazo do joelho.
Redução do risco de desenvolver artrose precoce em comparação com a remoção do menisco.
Restauração da função normal de amortecimento e estabilidade.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
A recuperação da sutura de menisco é mais lenta e restritiva do que a da meniscectomia. Exige um período de uso de muletas (geralmente de 4 a 6 semanas) para proteger o reparo. A fisioterapia é fundamental e o retorno ao esporte pode levar de 4 a 6 meses.
Riscos e Contraindicações
O principal risco é a falha da cicatrização, que pode exigir uma nova cirurgia para remover a parte do menisco que não cicatrizou. Outros riscos são os inerentes à artroscopia (infecção, trombose). A sutura é contraindicada em lesões degenerativas complexas ou em áreas sem suprimento sanguíneo (zona branca).
Perguntas Frequentes (FAQ)
Por que reparar o menisco em vez de simplesmente remover a parte machucada? Preservar o menisco é fundamental. Ele funciona como um amortecedor, protegendo a cartilagem do joelho. Retirar uma parte significativa do menisco aumenta a pressão de contato entre os ossos, acelerando o desgaste da cartilagem e levando à artrose precoce.
Qual a chance de sucesso da sutura de menisco? As taxas de sucesso (cicatrização) são altas, geralmente entre 80% e 95%, quando a lesão tem as características ideais (localização, tipo de ruptura) e o paciente segue o protocolo de reabilitação corretamente.
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O que é?
A meniscectomia parcial artroscópica é um procedimento cirúrgico para remover a parte danificada de um menisco rompido. O objetivo é retirar apenas o fragmento instável que está causando dor, travamento ou estalos, enquanto se preserva o máximo possível de tecido meniscal saudável.
Indicações
É indicada para lesões de menisco que não são passíveis de reparo (sutura). Isso inclui:
Lesões complexas e degenerativas em pacientes mais velhos.
Rupturas na "zona branca" do menisco (área sem suprimento sanguíneo).
Tipos de lesão, como as radiais ou horizontais, que têm baixo potencial de cicatrização.
Como é Realizado?
Por meio da artroscopia, o cirurgião utiliza instrumentos delicados, como pinças e um "shaver" (um aparador motorizado), para ressecar e regularizar cuidadosamente a borda do menisco rompido, removendo apenas a porção instável e deixando uma borda lisa e estável.
Benefícios Esperados
Alívio rápido da dor, do travamento e dos sintomas mecânicos.
Recuperação funcional mais rápida em comparação com a sutura de menisco.
Permite um retorno mais rápido às atividades diárias e esportivas.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
A recuperação é relativamente rápida. O uso de muletas pode ser necessário por apenas alguns dias, com apoio de peso permitido conforme tolerado. A fisioterapia é iniciada precocemente para restaurar o movimento e a força. O retorno ao esporte geralmente ocorre entre 4 e 8 semanas.
Riscos e Contraindicações
Os riscos são os da artroscopia em geral. A principal consequência a longo prazo é que, ao remover uma parte do menisco, a capacidade de amortecimento do joelho diminui, o que pode aumentar o risco de desenvolver artrose no futuro, dependendo da quantidade de menisco removida.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Se eu fizer uma meniscectomia, vou ter artrose no futuro? Não necessariamente, mas o risco aumenta. A decisão de realizar uma meniscectomia parcial é tomada quando os benefícios de aliviar os sintomas imediatos superam os riscos futuros. Preservar o máximo de menisco possível é a prioridade para minimizar esse risco.
Sutura ou Meniscectomia: quem decide? A decisão é do cirurgião ortopedista, tomada durante o ato cirúrgico. Embora a ressonância magnética dê uma boa ideia do tipo de lesão, a avaliação final da qualidade do tecido e do potencial de cicatrização só pode ser feita com a visualização direta pela artroscopia.
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O que é?
A artroplastia do joelho, ou prótese de joelho, é um procedimento cirúrgico para substituir a superfície articular danificada do joelho por componentes metálicos e plásticos (polietileno). É, essencialmente, um "recapeamento" da articulação desgastada pela artrose, visando eliminar a dor e restaurar o movimento.
Indicações
A prótese de joelho é indicada para pacientes com artrose avançada que causa:
Dor intensa, contínua e incapacitante;
Perda significativa de movimento e função;
Dificuldade para realizar atividades simples como caminhar, subir escadas ou levantar-se de uma cadeira;
Falha do tratamento conservador (fisioterapia, medicamentos, infiltrações).
Como é Realizado?
Em uma cirurgia aberta, o cirurgião remove a cartilagem e uma fina camada de osso danificado das extremidades do fêmur e da tíbia. Essas superfícies são então substituídas por componentes metálicos que recriam a superfície da articulação. Um espaçador de polietileno (um plástico de alta resistência) é inserido entre os componentes metálicos para garantir um movimento suave.
Benefícios Esperados
Alívio drástico e confiável da dor da artrose;
Correção de deformidades (joelho "torto" para dentro ou para fora);
Melhora significativa da mobilidade e da qualidade de vida;
Retorno a atividades de baixo impacto, como caminhar, nadar e pedalar.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
O paciente é incentivado a ficar de pé e caminhar com auxílio já no dia seguinte à cirurgia. A internação dura poucos dias. A fisioterapia é iniciada imediatamente no hospital e continuada por vários meses para garantir a recuperação completa do movimento e da força.
Riscos e Contraindicações
Os riscos incluem infecção da prótese (uma complicação grave), trombose venosa profunda, rigidez, desgaste ou soltura da prótese a longo prazo. É contraindicada em pacientes com infecção ativa, condições médicas graves que impeçam a cirurgia ou fraqueza muscular extrema do quadríceps.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Quanto tempo dura uma prótese de joelho? As próteses modernas são muito duráveis. Estudos mostram que mais de 90% das próteses de joelho ainda estão funcionando bem 15 a 20 anos após a cirurgia. A longevidade depende da idade do paciente, nível de atividade e qualidade do material.
Poderei me ajoelhar com a prótese? Muitos pacientes sentem desconforto ao tentar se ajoelhar diretamente sobre a prótese. Embora mecanicamente possível, não é uma sensação natural para a maioria. Atividades que não exigem ajoelhar-se são geralmente realizadas sem problemas.
A prótese "apita" em detectores de metais? Pode apitar sim. Como os componentes são metálicos, as próteses de joelho acionam os detectores de metais em aeroportos e bancos. Recomenda-se carregar um relatório ou atestado médico que comprove a cirurgia para facilitar a passagem por esses locais.
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O que é?
Uma luxação de joelho é uma lesão gravíssima em que os ossos da tíbia e do fêmur perdem o contato, resultando na ruptura de múltiplos ligamentos (geralmente dois ou mais, como LCA, LCP, Canto Posterolateral e LCM). A reconstrução de lesões multiligamentares é uma cirurgia complexa para reparar ou reconstruir todos os ligamentos danificados, visando restaurar a estabilidade e a função do joelho.
Indicações
Este procedimento é indicado para toda luxação de joelho após a redução (recolocação da articulação no lugar). É uma emergência ortopédica devido ao alto risco de lesão vascular (artéria poplítea) e nervosa (nervo fibular), que devem ser avaliadas e tratadas prioritariamente.
Como é Realizado?
Esta é uma cirurgia extensa, muitas vezes realizada em um ou dois estágios. Utilizando uma combinação de técnicas abertas e artroscópicas, o cirurgião repara ou reconstrói cada ligamento lesado, usando enxertos (do próprio paciente ou de doador). O objetivo é recriar a anatomia e a tensão normais dos ligamentos para estabilizar a articulação.
Benefícios Esperados
Restauração da estabilidade do joelho para permitir a marcha e as atividades diárias.
Prevenção de instabilidade grosseira e degeneração articular acelerada (artrose).
Possibilidade de retorno a um bom nível funcional, embora o retorno a esportes de alto nível seja desafiador.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
A reabilitação é extremamente longa, complexa e desafiadora. Envolve um período inicial de imobilização e restrição de carga, seguido por meses de fisioterapia intensiva para recuperar o movimento (combatendo a rigidez) e, gradualmente, a força. O processo de reabilitação pode levar mais de um ano.
Riscos e Contraindicações
Os riscos são significativamente maiores do que em reconstruções de um único ligamento. Incluem rigidez articular (artrofibrose), instabilidade residual, dor crônica, e lesões neurovasculares não recuperadas. É, na grande maioria dos casos, recomendada a estabilização cirúrgica, pois a instabilidade sem tratamento é incapacitante.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Vou conseguir voltar a andar normalmente? O principal objetivo da cirurgia é restaurar um joelho estável e funcional para as atividades da vida diária, incluindo a marcha normal. Com uma cirurgia bem executada e uma reabilitação dedicada, a grande maioria dos pacientes atinge esse objetivo.
Qual a diferença entre uma ruptura de LCA e uma luxação de joelho? Uma ruptura isolada do LCA causa uma instabilidade sutil (falseios). Uma luxação de joelho é uma lesão de altíssima energia que rompe múltiplos ligamentos, resultando em uma articulação "solta" e completamente instável, sendo uma lesão muito mais grave e complexa.
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O que é?
A osteotomia do joelho é um procedimento cirúrgico preciso e planejado que visa realinhar o eixo da perna. Diferente da artroplastia (prótese), a osteotomia não substitui a articulação; ela a preserva. O objetivo é transferir o peso corporal da área desgastada e doente da articulação do joelho para uma área mais saudável. Pense nisso como o alinhamento e balanceamento de um carro: ao corrigir o ângulo, o desgaste passa a ocorrer de forma uniforme, aliviando a sobrecarga em um ponto específico. Este procedimento é frequentemente indicado para pacientes mais jovens e ativos com deformidades no joelhos e artrose inicial e localizada em apenas um lado do joelho (compartimento medial ou lateral).
Causas Comuns (Indicações para o Procedimento)
A principal indicação para uma osteotomia é a artrose unicompartimental (desgaste em apenas um lado do joelho) associada a um desvio de eixo:
Geno Varo (Joelhos de "Alicate"): As pernas são arqueadas para fora, sobrecarregando a parte de dentro (medial) do joelho. A osteotomia irá corrigir esse desvio.
Geno Valgo (Joelhos em "X"): Os joelhos se tocam e os tornozelos se afastam, sobrecarregando a parte de fora (lateral) do joelho.
Deformidades pós-traumáticas: Fraturas que consolidaram em uma posição inadequada, alterando o eixo da perna.
Sintomas Principais
Os pacientes que se beneficiam da osteotomia geralmente apresentam:
Dor no joelho que piora com atividades como caminhar ou correr, localizada predominantemente na parte de dentro ou de fora;
Inchaço após esforço;
Sensação de que o joelho está "entortando" ou uma deformidade visível;
Limitação para atividades esportivas e, em casos mais avançados, para atividades diárias.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é uma combinação de avaliação clínica e exames de imagem:
Exame Físico: O ortopedista avalia sua marcha, o alinhamento das pernas, a estabilidade dos ligamentos e a localização exata da dor.
Radiografias (Raio-X): Essenciais. Uma radiografia panorâmica dos membros inferiores é solicitada para medir com precisão o eixo mecânico da perna e planejar o grau exato de correção necessário.
Ressonância Magnética: Pode ser usada para avaliar detalhadamente a condição da cartilagem, meniscos e ligamentos, confirmando que o compartimento oposto (que receberá a carga) está saudável.
Opções de Tratamento
O tratamento para o desvio de eixo com artrose inicial é a osteotomia cirúrgica. A técnica consiste em realizar um corte controlado no osso, corrigir o ângulo para o ponto planejado e fixar essa nova posição com uma placa e parafusos de alta resistência.
Recuperação e Pós-Tratamento
A recuperação é uma fase crucial e exige paciência e disciplina.
Carga: Geralmente, o paciente não pode pisar com todo o peso na perna operada por 6 a 8 semanas, necessitando do uso de muletas;
Fisioterapia: É fundamental e iniciada precocemente para manter a mobilidade do joelho e, posteriormente, fortalecer a musculatura para dar suporte à articulação realinhada;
Retorno às Atividades: O retorno gradual às atividades diárias ocorre após 2-3 meses, e a atividades esportivas de maior impacto, geralmente após 6-12 meses, dependendo da consolidação óssea e da recuperação muscular.
Prevenção (da progressão da artrose)
Embora não seja possível prevenir o desvio de eixo congênito, medidas podem retardar a progressão da artrose:
Controle de peso corporal;
Fortalecimento muscular equilibrado (quadríceps, isquiotibiais, glúteos);
Evitar atividades de altíssimo impacto repetitivo se já houver dor.
Perguntas Frequentes (FAQ)
A placa e os parafusos precisam ser retirados? Na maioria das vezes, não. Os implantes são feitos de titânio ou aço cirúrgico, biocompatíveis e projetados para permanecer no corpo. A retirada só é considerada se causarem algum tipo de desconforto ou irritação local.
Osteotomia é melhor que a prótese de joelho? Não é "melhor", é diferente e para um público diferente. A osteotomia é ideal para pacientes mais jovens (< 60 anos) e ativos, pois preserva a articulação nativa e permite um retorno a atividades mais intensas, adiando a necessidade de uma prótese por muitos anos.
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O que é?
A luxação da patela, popularmente conhecida como "a rótula saiu do lugar", é um evento agudo e doloroso onde o osso da frente do joelho (a patela ou rótula) se desloca de seu trilho natural no fêmur (a tróclea femoral). Quando isso acontece de forma recorrente, chamamos de instabilidade patelar crônica, uma condição que gera medo e insegurança no paciente.
Causas Comuns
A luxação pode ser traumática (uma pancada ou torção) ou atraumática, relacionada a fatores anatômicos que predispõem ao problema:
Tróclea Femoral Rasa: O "trilho" onde a patela desliza é pouco profundo.
Patela Alta: A patela está posicionada mais acima do que o normal, tendo menos contato com o trilho.
Frouxidão Ligamentar: Pacientes com ligamentos naturalmente mais elásticos.
Desalinhamento do Membro: Aumento do ângulo Q (joelho valgo), que "puxa" a patela para fora.
Lesão do Ligamento Patelofemoral Medial (LPFM): Este é o principal "rédea" que segura a patela. Uma vez rompido no primeiro episódio, a cicatrização inadequada leva à instabilidade.
Sintomas Principais
No episódio agudo: Dor intensa, um estalido audível, deformidade visível (patela ao lado do joelho) e incapacidade de dobrar ou esticar a perna.
Na instabilidade crônica: Sensação de que o joelho "vai falhar" ou sair do lugar em movimentos de giro ou mudança de direção, inchaços recorrentes e dor na parte da frente do joelho.
Como é feito o diagnóstico?
Histórico e Exame Físico: A história do paciente é muito característica. O médico realizará testes específicos, como o "teste da apreensão", para avaliar a instabilidade.
Radiografias: Confirmam se a patela voltou para o lugar (foi reduzida) e avaliam os fatores anatômicos predisponentes.
Tomografia Computadorizada: Pode ser usada para medir com precisão as distâncias e ângulos que indicam o risco de nova luxação.
Ressonância Magnética: É excelente para visualizar a lesão do LPFM e, crucialmente, para detectar lesões associadas, como danos na cartilagem ou fragmentos de osso (lesões osteocondrais) que podem ter se soltado durante a luxação.
Opções de Tratamento
Tratamento Conservador: Indicado para o primeiro episódio, sem lesões graves associadas. Inclui imobilização por um curto período, seguida de fisioterapia intensiva para fortalecer a musculatura (especialmente o músculo vasto medial oblíquo) e melhorar o controle do movimento.
Tratamento Cirúrgico: Indicado para instabilidade recorrente ou quando há lesões associadas. As principais técnicas são:
Reconstrução do Ligamento Patelofemoral Medial (LPFM): Cirurgia mais comum, onde o ligamento rompido é refeito usando um enxerto (do próprio paciente) para estabilizar a patela.
Osteotomia de Realinhamento (da TAT): Em casos de desalinhamento grave, parte do osso da tíbia onde o tendão patelar se prende é movida para corrigir o vetor de força.
Trocleoplastia: Procedimento mais complexo para aprofundar o sulco da tróclea, indicado em casos de displasia grave.
Recuperação e Pós-Tratamento
Após a cirurgia, o paciente usará uma órtese (brace) e muletas. A fisioterapia é essencial e longa, focada em ganhar amplitude de movimento de forma segura e, em seguida, fortalecer progressivamente a musculatura para criar uma estabilidade dinâmica. O retorno ao esporte pode levar de 6 a 9 meses.
Prevenção
Para quem tem fatores de risco, mas nunca luxou, o foco é o fortalecimento do quadríceps, glúteos e CORE, além de treinos de propriocepção para melhorar o controle neuromuscular.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Depois da primeira luxação, vai acontecer de novo? O risco é alto, especialmente em pacientes jovens com fatores anatômicos predisponentes. O tratamento fisioterápico adequado reduz esse risco, e a cirurgia é indicada justamente para evitar as recidivas.
A cirurgia resolve o problema para sempre? A cirurgia de reconstrução do LPFM tem altas taxas de sucesso (acima de 90%) em prevenir novas luxações e restaurar a confiança do paciente no joelho.
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O que é?
A cartilagem articular é o tecido liso, branco e brilhante que cobre as extremidades dos ossos dentro de uma articulação. Sua função é permitir um deslizamento suave, quase sem atrito, e ajudar na absorção de impacto. Uma lesão de cartilagem (ou lesão condral) é um "buraco" ou dano nesse revestimento. Diferente da maioria dos tecidos do corpo, a cartilagem tem uma capacidade de cicatrização extremamente limitada, o que torna essas lesões um grande desafio.
Causas Comuns
Trauma Direto: Uma pancada forte no joelho.
Entorses e Lesões Ligamentares: Uma torção no joelho que causa impacto entre o fêmur e a tíbia pode "arrancar" um pedaço de cartilagem. É comum em lesões do Ligamento Cruzado Anterior (LCA).
Luxação da Patela: O deslocamento da patela pode causar uma fratura osteocondral (osso + cartilagem).
Desgaste Progressivo (Artrose): Perda gradual da cartilagem ao longo do tempo.
Sintomas Principais
Dor no joelho, muitas vezes mal localizada.
Inchaço (água no joelho), especialmente após atividades.
Estalidos ou crepitação.
Bloqueio ou Travamento: Sensação de que algo está preso dentro do joelho, comum se houver um fragmento solto de cartilagem.
Como é feito o diagnóstico?
Exame Físico: O médico irá avaliar a localização da dor, a presença de inchaço e testar a amplitude de movimento.
Radiografias: Geralmente são normais em lesões de cartilagem puras, mas podem mostrar sinais de artrose ou fragmentos ósseos.
Ressonância Magnética: É o melhor exame não invasivo para visualizar a cartilagem, determinar o tamanho, a profundidade e a localização exata da lesão.
Opções de Tratamento
O tratamento depende do tamanho da lesão, da idade e do nível de atividade do paciente.
Tratamento Conservador: Para lesões pequenas e pacientes com baixa demanda. Inclui fisioterapia, perda de peso e medicamentos para dor.
Microfraturas: Técnica cirúrgica (artroscópica) onde se fazem pequenos furos no osso exposto para estimular um sangramento e a formação de um "super-coágulo", que se transformará em uma fibrocartilagem (uma cartilagem de reparo, de qualidade inferior à original).
Transplante de Cartilagem (Mosaico-plastia): Retiram-se pequenos cilindros de osso e cartilagem de uma área de menor carga do joelho e os transfere para a área da lesão.
Membrana de Colágeno (MACI/AMIC): Técnica em um ou dois estágios onde se cobre a lesão com uma membrana de colágeno, que serve como um andaime para que as células formem um novo tecido.
Recuperação e Pós-Tratamento
A recuperação de cirurgias de cartilagem é longa e delicada. Quase todos os procedimentos exigem um período prolongado sem colocar o peso do corpo na perna operada (geralmente de 6 a 8 semanas) para proteger o tecido em formação. A fisioterapia é crucial para restaurar o movimento e a força gradualmente.
Prevenção
Fortalecimento muscular para estabilizar o joelho.
Evitar traumas e entorses através de treinos de equilíbrio e propriocepção.
Manter um peso corporal saudável.
Perguntas Frequentes (FAQ)
A cartilagem pode se regenerar sozinha? Não. A cartilagem hialina original não tem capacidade de se regenerar. O objetivo dos tratamentos cirúrgicos é estimular a formação de um tecido de reparo (fibrocartilagem) que cubra a falha e alivie os sintomas.
Lesão de cartilagem é o mesmo que artrose? Uma lesão de cartilagem não tratada pode evoluir para artrose (desgaste generalizado da articulação) ao longo do tempo. A artrose é, essencialmente, a perda difusa da cartilagem articular.
Fraturas e Trauma Ortopédico
Cuidado especializado e individualizado para todos os tipos de fraturas, desde as mais simples até as mais complexas, visando uma recuperação funcional completa.
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O que é?
O tratamento de fraturas articulares complexas envolve a reconstrução de fraturas que acometem as superfícies de uma articulação (como joelho, tornozelo, ombro) e que se quebram em múltiplos fragmentos. O objetivo é restaurar a anatomia da articulação de forma precisa, como montar um quebra-cabeça.
Indicações
Indicado para fraturas de alta energia, como as decorrentes de acidentes de trânsito ou quedas de altura, que resultam em fraturas cominutivas (múltiplos pedaços) ou com desvio significativo da superfície articular.
Como é Realizado?
O tratamento é quase sempre cirúrgico. Utiliza-se placas, parafusos e fios de aço para fixar os fragmentos ósseos na posição anatômica correta. Em casos muito complexos, pode ser necessário o uso de fixadores externos ou até mesmo a substituição da articulação por uma prótese.
Benefícios Esperados
O principal benefício é a restauração da congruência articular (o encaixe perfeito da articulação), o que é fundamental para prevenir a dor crônica, a rigidez e o desenvolvimento de artrose pós-traumática, permitindo a recuperação da função do membro.
Recuperação e Cuidados Pós-Tratamento
A recuperação é longa e exige dedicação. Geralmente, há um período inicial com limitação de peso no membro operado, seguido de fisioterapia intensiva para recuperar o movimento e a força. O acompanhamento com radiografias é essencial para monitorar a consolidação.
Riscos e Contraindicações
Os riscos são maiores que em fraturas simples e incluem infecção, falha na consolidação (pseudoartrose), necrose óssea e desenvolvimento de artrose mesmo com o tratamento adequado. A cirurgia imediata pode ser contraindicada se houver lesões de pele graves ou condições clínicas instáveis.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Quando poderei colocar o pé no chão após a cirurgia? Na maioria das vezes, liberamos carga parcial com muletas ou andador no primeiro dia após a cirurgia. Em casos mais graves (exemplo, fratura do pilão tibial) há limitação inicial de descarga de peso por 30-60 dias.
Vou precisar retirar as placas e parafusos no futuro? Na maioria dos casos, não. O material de síntese é projetado para permanecer no corpo. A retirada só é indicada se causar algum incômodo, como dor, proeminência sob a pele ou infecção.
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O que é uma Fratura Articular Simples?
Uma fratura articular é qualquer quebra óssea que se estende para dentro de uma articulação, afetando a superfície lisa de cartilagem que permite o movimento suave entre os ossos. O termo "simples" refere-se ao padrão da fratura (geralmente com dois ou três fragmentos grandes), e não à sua gravidade.
Mesmo uma fratura "simples" em uma articulação é considerada uma lesão séria, pois pode comprometer permanentemente a função articular se não for tratada de forma precisa. O objetivo principal do tratamento é restaurar a superfície da articulação de forma perfeitamente alinhada (congruência articular) para evitar dor, rigidez e o desenvolvimento de artrose precoce.
Causas Comuns
Fraturas articulares geralmente resultam de um trauma direto ou indireto na articulação, como:
Quedas: Cair diretamente sobre o joelho, tornozelo, cotovelo ou ombro.
Acidentes de Trânsito: Impactos que forçam as articulações além de seus limites.
Lesões Esportivas: Torções graves ou traumas diretos durante a prática de esportes.
Traumas de Alta Energia: Quedas de altura ou acidentes mais graves.
Sintomas Principais
Os sinais de uma fratura articular são geralmente claros e intensos:
Dor aguda e imediata na articulação, que piora com qualquer tentativa de movimento.
Inchaço (edema) e hematomas que podem se desenvolver rapidamente.
Incapacidade de mover a articulação ou de suportar peso no membro afetado.
Deformidade visível da articulação.
Sensação de instabilidade ou de que a "articulação está fora do lugar".
Como é Feito o Diagnóstico?
Um diagnóstico preciso é crucial para planejar o tratamento. O processo inclui:
Avaliação Clínica: Onde eu examinarei a articulação, avaliando a dor, o inchaço, a estabilidade e a função nervosa e vascular do membro.
Radiografias (Raio-X): São o primeiro e mais importante exame, mostrando a localização e o padrão da fratura.
Tomografia Computadorizada (TC): Frequentemente necessária para fraturas articulares. A TC fornece uma visão tridimensional detalhada da fratura, permitindo um planejamento cirúrgico preciso para reconstruir a superfície articular com perfeição.
Opções de Tratamento
O tratamento depende do desvio dos fragmentos da fratura.
Tratamento Conservador (Sem Cirurgia): Indicado apenas para fraturas sem desvio ou com desvio mínimo. Consiste na imobilização com tala, gesso ou órtese para permitir que o osso cicatrize na posição correta. O acompanhamento com radiografias seriadas é essencial.
Tratamento Cirúrgico (Redução Aberta e Fixação Interna - RAFI): É o tratamento de escolha para fraturas articulares desviadas. O objetivo é realinhar a superfície articular de forma anatômica e fixá-la com placas, parafusos ou fios metálicos. A cirurgia permite iniciar a movimentação precoce da articulação, o que é fundamental para prevenir a rigidez e nutrir a cartilagem.
Recuperação e Reabilitação
A reabilitação é uma parte crítica do tratamento e começa logo após a cirurgia.
Movimento Precoce: Iniciaremos exercícios de movimento passivo e ativo para a articulação o mais rápido possível, para evitar aderências e rigidez.
Restrição de Carga: Você provavelmente terá um período sem poder colocar peso no membro operado, usando muletas ou andador.
Fisioterapia: Essencial para restaurar a amplitude de movimento, fortalecer os músculos ao redor da articulação e garantir um retorno seguro às suas atividades. O tempo de recuperação varia conforme a fratura e o paciente, mas pode levar de 3 a 6 meses ou mais.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Por que a cirurgia é tão comum para essas fraturas? Porque qualquer degrau ou irregularidade na superfície da articulação, por menor que seja, pode causar dor crônica e levar ao desgaste acelerado da cartilagem (artrose pós-traumática). A cirurgia é a forma mais precisa de restaurar a anatomia perfeita.
Vou desenvolver artrose no futuro? O risco de artrose aumenta após uma fratura articular, mas um tratamento cirúrgico bem executado com realinhamento anatômico diminui significativamente essa chance.
Preciso remover o material de síntese (placas e parafusos)? Na maioria dos casos, não. O material é biocompatível e projetado para permanecer no corpo. A remoção só é indicada se causar algum sintoma, como dor ou irritação local.
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O que é uma Fratura Diafisária?
Uma fratura diafisária é a quebra que ocorre na diáfise, ou seja, na haste longa e central de um osso longo, como o fêmur (osso da coxa), a tíbia (osso da perna) ou o úmero (osso do braço). Diferente das fraturas articulares, ela não afeta as articulações nas extremidades do osso.
Essas fraturas geralmente resultam de traumas de alta energia e podem levar à instabilidade e deformidade do membro. O tratamento visa restaurar o alinhamento, o comprimento e a rotação corretos do osso para garantir uma cicatrização adequada e a recuperação da função.
Causas Comuns
Por serem ossos muito resistentes, as fraturas diafisárias geralmente são causadas por forças significativas:
Acidentes automobilísticos ou de motocicleta;
Quedas de grandes alturas;
Traumas diretos e fortes, como em esportes de contato ou acidentes de trabalho;
Fraturas por estresse em atletas, embora menos comuns.
Sintomas Principais
Os sintomas de uma fratura diafisária são geralmente evidentes:
Dor intensa e incapacitante no local da fratura;
Deformidade visível (o membro pode parecer torto ou mais curto);
Inchaço e hematoma extensos ao longo do membro;
Incapacidade total de usar o membro ou suportar peso;
Crepitação: uma sensação ou som de "moagem" ao tentar mover o local.
Como é Feito o Diagnóstico?
O diagnóstico é direto e focado em avaliar a extensão da lesão.
Avaliação Clínica: Verifico a deformidade, o inchaço e, crucialmente, a condição dos nervos e vasos sanguíneos do membro (pulsos, sensibilidade e motricidade).
Radiografias (Raio-X): São essenciais para confirmar a fratura, mostrar seu padrão (transversa, oblíqua, espiral, cominutiva) e o grau de desvio. É fundamental radiografar toda a extensão do osso, incluindo as articulações acima e abaixo.
Opções de Tratamento
Tratamento Conservador (Sem Cirurgia): Hoje é menos comum para adultos, mas pode ser uma opção para fraturas sem desvio ou em ossos específicos (como o úmero), utilizando gesso ou órteses funcionais.
Tratamento Cirúrgico: É o padrão-ouro para a maioria das fraturas diafisárias em adultos, pois oferece mais estabilidade e permite uma reabilitação mais rápida. As principais técnicas são:
Haste Intramedular Bloqueada: A técnica mais utilizada. Uma haste metálica é inserida no canal medular (o "miolo" do osso) e travada com parafusos nas extremidades. Funciona como um tutor interno, permitindo um alinhamento estável e, muitas vezes, a carga de peso precoce.
Placas e Parafusos: Uma placa metálica é fixada na superfície do osso com parafusos para estabilizar a fratura. É uma excelente opção para fraturas próximas às articulações ou com padrões específicos.
Recuperação e Reabilitação
A recuperação foca em consolidar o osso e restaurar a função do membro.
Carga de Peso: Dependendo do tipo de cirurgia e da estabilidade da fratura, o apoio de peso pode ser iniciado precocemente.
Fisioterapia: Fundamental para recuperar a mobilidade das articulações vizinhas (que podem ficar rígidas), fortalecer a musculatura e treinar a marcha.
Tempo de Consolidação: A cicatrização óssea completa leva alguns meses. O retorno a atividades de impacto, como corrida e esportes, é gradual e guiado por radiografias de controle.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O que é uma haste intramedular? É uma barra de metal (geralmente titânio) projetada para ser colocada dentro do osso, funcionando como um esqueleto interno que alinha e estabiliza a fratura enquanto ela cicatriza.
A haste ou a placa ficará para sempre no meu corpo? Sim, na grande maioria dos casos. O material é inerte e não causa problemas. A remoção é um procedimento adicional e só é feita se houver uma razão específica, como dor ou infecção.
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O que são Fraturas na Criança?
Fraturas em crianças são lesões comuns, mas fundamentalmente diferentes das fraturas em adultos. O esqueleto infantil está em crescimento e possui características únicas que influenciam o tipo de fratura e o tratamento:
Placa de Crescimento (Fise): Áreas de cartilagem nas extremidades dos ossos longos, responsáveis pelo crescimento. Uma fratura que atinge essa placa requer atenção especial.
Periósteo Espesso: A membrana que recobre o osso é mais grossa e resistente nas crianças, o que ajuda a estabilizar fraturas e acelera a cicatrização.
Potencial de Remodelação: O osso infantil tem uma capacidade incrível de se remodelar, ou seja, de corrigir deformidades angulares com o tempo, à medida que cresce.
Tipos comuns de fratura em crianças incluem a fratura "em galho verde" (o osso quebra de um lado, mas apenas dobra do outro) e a fratura "toro" (um pequeno “amassado” no osso).
Causas Comuns
As fraturas em crianças geralmente ocorrem durante atividades cotidianas:
Quedas durante brincadeiras, como correr ou pular.
Acidentes em parquinhos (playgrounds).
Lesões esportivas.
Quedas de camas, sofás ou escadas.
Sintomas Principais
Uma criança com uma fratura pode apresentar:
Dor e sensibilidade no local da lesão.
Recusa em usar o membro, mancar ou não conseguir apoiar o peso.
Inchaço e hematoma.
Deformidade óbvia em fraturas mais graves.
Choro e irritabilidade, especialmente em crianças pequenas que não conseguem verbalizar a dor.
Como é Feito o Diagnóstico?
História Clínica e Exame Físico: Conversar com os pais e a criança para entender como a lesão ocorreu. O exame físico é feito de forma gentil para localizar a dor e avaliar a deformidade.
Radiografias (Raio-X): É o exame padrão para confirmar a fratura. Em alguns casos, pode ser necessário radiografar o membro oposto (sem lesão) para comparação, especialmente ao avaliar a placa de crescimento.
Opções de Tratamento
Devido à capacidade de cicatrização e remodelação, a grande maioria das fraturas em crianças é tratada de forma conservadora.
Tratamento Conservador (Sem Cirurgia): É o método mais comum.
Imobilização com Gesso ou Tala: Alinha e protege a fratura enquanto o osso cicatriza. O tempo de imobilização é significativamente menor do que em adultos.
Redução Fechada: Em fraturas desviadas, o osso é realinhado manualmente (com a criança sob sedação ou anestesia) e depois imobilizado com gesso.
Tratamento Cirúrgico: Reservado para casos específicos, como fraturas articulares com desvio significativo, fraturas instáveis, fraturas expostas ou lesões da placa de crescimento que podem comprometer o crescimento futuro. As cirurgias são geralmente menos invasivas, utilizando fios metálicos ou hastes flexíveis que podem ser removidos após a cicatrização.
Recuperação e Reabilitação
A recuperação infantil é notavelmente rápida.
Consolidação Óssea: Ocorre muito mais rápido que em adultos.
Remodelação: Pequenas angulações residuais na fratura podem se corrigir sozinhas com o crescimento da criança.
Fisioterapia: Muitas vezes não é necessária. Após a retirada do gesso, a maioria das crianças recupera a força e o movimento naturalmente, através de suas atividades e brincadeiras normais.
Perguntas Frequentes (FAQ)
A fratura vai afetar o crescimento do meu filho? Essa é a principal preocupação dos pais. Se a fratura não envolve a placa de crescimento, o risco é praticamente nulo. Se a placa for atingida, é necessário um acompanhamento cuidadoso, mas na maioria dos casos, a lesão cicatriza sem sequelas. O tratamento adequado é fundamental para minimizar esse risco.
O osso do meu filho ficou um pouco torto. Vai ficar assim para sempre? Não necessariamente. O osso da criança tem uma capacidade fantástica de remodelação. Dependendo da idade da criança e da localização da fratura, o osso pode se endireitar (remodelar) completamente com o tempo.
Por que o tratamento do meu filho é diferente do de um adulto com a mesma fratura? Devido às três características mágicas do osso infantil: cicatrização rápida, periósteo forte e potencial de remodelação. Isso permite tratamentos menos invasivos e uma recuperação mais rápida.
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O que é uma falha de cobertura óssea e por que ela precisa de tratamento?
Uma falha de cobertura óssea ocorre quando um osso, que deveria estar protegido por músculo, gordura e pele, fica exposto ao ambiente. Isso geralmente acontece após um trauma grave (como fraturas expostas em acidentes de trânsito), infecções complexas ou complicações cirúrgicas.
Um osso exposto é uma emergência ortopédica por duas razões principais:
Risco de Infecção: O osso não tem as mesmas defesas que a pele. A exposição direta a bactérias pode levar a uma infecção óssea grave (osteomielite), que é de difícil tratamento.
Morte Óssea (Necrose): O osso precisa de suprimento sanguíneo para viver. Sem a cobertura dos tecidos moles, ele pode "morrer", o que impede a cicatrização de qualquer fratura e pode levar à necessidade de amputação.
O tratamento com retalhos e enxertos é uma técnica de cirurgia reconstrutiva avançada, cujo objetivo é "cobrir" o osso exposto com tecido vivo e saudável, salvando o membro e permitindo a sua recuperação.
Para quem o procedimento é indicado?
Este procedimento é indicado para pacientes que apresentam:
Fraturas Expostas Graves: Especialmente as de grau IIIB, onde há grande perda de pele e músculo.
Pós-ressecção de Tumores ou Infecções: Após a remoção de um tumor ósseo ou de uma área de osteomielite, pode restar um defeito que necessita de cobertura.
Complicações Pós-cirúrgicas: Como necrose de pele ou deiscência (abertura) de feridas sobre placas e parafusos.
Úlceras Crônicas: Feridas que não cicatrizam e que se aprofundam até o osso.
Como funciona a cirurgia de retalhos e enxertos?
A escolha entre um retalho ou um enxerto depende da complexidade do defeito e da qualidade do leito da ferida.
Enxerto de Pele: É a remoção de uma camada fina de pele de uma área doadora (como a coxa) para cobrir uma ferida onde já existe um leito saudável de músculo ou tecido de granulação. O enxerto não tem suprimento sanguíneo próprio; ele precisa "pegar" no novo local.
Retalho: É um procedimento mais complexo e robusto. Consiste em transferir um bloco de tecido (que pode incluir pele, gordura, fáscia e músculo) com seu próprio suprimento de sangue (artéria e veia) de uma área doadora para a área do defeito. O retalho leva "vida" para a região, sendo essencial para cobrir ossos, tendões e implantes metálicos. A cirurgia pode ser microvascular, onde os vasos do retalho são conectados a vasos na área receptora com o auxílio de um microscópio.
Benefícios da Cobertura Óssea
Salvar o Membro: É o principal objetivo, evitando a amputação.
Prevenir ou Tratar Infecções Graves: Elimina a porta de entrada para bactérias.
Permitir a Consolidação Óssea: Um osso coberto e vascularizado pode cicatrizar.
Viabilizar Cirurgias Futuras: Permite que o ortopedista realize procedimentos de reconstrução óssea com segurança.
Alívio da Dor e Restauração da Função: Ao resolver o problema primário, o paciente pode iniciar a reabilitação.
Riscos e Recuperação
A recuperação é um processo longo e exige um paciente comprometido. Os riscos incluem falha (necrose) do retalho ou perda do enxerto, infecção, trombose dos vasos e complicações na área doadora. O pós-operatório envolve imobilização rigorosa para proteger o retalho, curativos especializados e um longo período de fisioterapia para recuperar a mobilidade e a força.
Tecnologia e Diferenciais
A realização deste procedimento exige uma equipe multidisciplinar e um cirurgião com treinamento específico em microcirurgia e reconstrução de membros. Utilizamos planejamento pré-operatório com exames de imagem (Angio-TC) para mapear os vasos, Doppler intraoperatório para confirmar o fluxo sanguíneo do retalho e técnicas microcirúrgicas delicadas para garantir o sucesso da transferência do tecido.
Conclusão: Por que escolher um especialista?
A cobertura de falhas ósseas é um dos desafios mais complexos da ortopedia. A decisão sobre o melhor tipo de retalho, a técnica cirúrgica e o manejo pós-operatório são cruciais para o sucesso. Um especialista em trauma ortopédico e reconstrução tem a experiência necessária para maximizar as chances de salvar o membro e restaurar a qualidade de vida do paciente.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Qual a diferença entre retalho e enxerto? Um enxerto é apenas uma "folha" de tecido sem sangue próprio, enquanto um retalho é um "bloco" de tecido vivo com sua própria artéria e veia, sendo muito mais resistente.
A área de onde o retalho foi tirado fica com defeito? Sim, a área doadora se torna uma segunda ferida cirúrgica. Geralmente, ela pode ser fechada diretamente ou coberta com um enxerto de pele, e a sua localização é planejada para minimizar o impacto estético e funcional.
Quanto tempo até eu poder pisar no chão? Depende da fratura associada e da estabilidade do retalho. Geralmente, há um período de semanas a meses sem carga, seguido de uma progressão gradual conforme a orientação médica.
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O que é a Osteomielite Crônica?
A osteomielite crônica é uma infecção persistente e profunda do osso. Diferente de uma infecção aguda, que responde bem a antibióticos, a versão crônica se estabelece quando as bactérias criam um ambiente protegido dentro do osso, muitas vezes ao redor de osso morto (chamado de sequestro ósseo) e formando biofilmes, que são como "escudos" que as protegem do sistema imunológico e dos medicamentos.
Frequentemente, a osteomielite crônica se manifesta com uma fístula, que é um pequeno túnel que vai do osso infectado até a pele, por onde drena pus de forma intermitente. É uma condição debilitante, com dor, inchaço e febre, que pode durar anos se não for tratada adequadamente.
Para quem o tratamento é indicado?
O tratamento cirúrgico é indicado para pacientes com diagnóstico confirmado de osteomielite crônica que apresentam:
Falha no tratamento com antibióticos: A medicação sozinha não consegue curar a infecção crônica.
Presença de sequestro ósseo ou implantes infectados (placas, parafusos).
Fístula com drenagem persistente.
Dor crônica e incapacidade funcional devido à infecção.
Fraturas que não consolidam por causa do processo infeccioso (pseudoartrose infectada).
Como funciona o tratamento cirúrgico?
O tratamento da osteomielite crônica é um processo de múltiplos estágios que exige uma abordagem agressiva e meticulosa. O princípio é: a cirurgia remove a infecção, os antibióticos mantêm o osso limpo.
Debridamento Cirúrgico: Este é o passo mais crucial. O cirurgião remove todo o tecido infectado e desvitalizado, incluindo pele, músculo e, principalmente, o osso morto (sequestro). A limpeza deve ser radical, até que se encontre osso sadio e sangrante.
Gestão do Espaço Morto: Após a limpeza, resta um espaço vazio. Esse "espaço morto" não pode ser deixado aberto, pois se encheria de coágulo e se tornaria um novo foco de infecção. Ele é preenchido temporariamente com espaçadores de cimento ósseo impregnados com altas doses de antibióticos, que liberam a medicação diretamente no local.
Antibioticoterapia Específica: Culturas do tecido removido na cirurgia identificam a bactéria exata e qual antibiótico é mais eficaz. O paciente recebe tratamento intravenoso por no mínimo 4 a 6 semanas.
Cirurgia de Reconstrução: Após o término do tratamento com antibióticos e com a infecção controlada, o paciente retorna para uma segunda cirurgia para remover o espaçador e reconstruir o osso, geralmente com enxerto ósseo. Se houver falha de cobertura, pode ser necessário um retalho (conforme descrito no tópico anterior).
Benefícios do Tratamento Adequado
Erradicação da Infecção: O objetivo é a cura definitiva, livrando o paciente do ciclo de dor e drenagem.
Alívio da Dor Crônica: A remoção do foco infeccioso resolve a dor.
Preservação do Membro: Evita a progressão da infecção, que poderia levar à amputação.
Restauração da Função: Permite que o paciente retome suas atividades diárias e de trabalho.
Riscos e Recuperação
O tratamento é longo e desafiador. Os riscos incluem a recorrência da infecção, que é a maior preocupação, além de complicações da cirurgia de reconstrução (falha do enxerto, não consolidação). A recuperação exige múltiplos procedimentos cirúrgicos, uso prolongado de antibióticos (com possíveis efeitos colaterais) e um extenso programa de reabilitação. A adesão do paciente ao plano terapêutico é fundamental.
Tecnologia e Diferenciais
O sucesso no tratamento da osteomielite depende da experiência do cirurgião. Utilizamos técnicas de debridamento meticulosas, espaçadores de cimento com antibióticos customizados, e um planejamento reconstrutivo cuidadoso. A colaboração com um médico infectologista é essencial para guiar a antibioticoterapia, garantindo um tratamento integrado e moderno.
Conclusão: Por que escolher um especialista?
A osteomielite crônica não é uma infecção comum. Ela é uma batalha que precisa ser vencida com estratégia, agressividade cirúrgica e paciência. Um ortopedista especialista em trauma e reconstrução infectada possui o conhecimento técnico e a experiência para executar todas as etapas do tratamento, desde a limpeza radical até a reconstrução final, oferecendo a melhor chance de cura.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Por que os antibióticos que tomei por meses não funcionaram? Porque os antibióticos não conseguem penetrar no osso morto (sequestro) nem nos biofilmes bacterianos. A cirurgia é necessária para remover fisicamente o "santuário" das bactérias.
A infecção pode voltar depois da cirurgia? Sim, existe um risco de recorrência. Por isso, a técnica cirúrgica de limpeza deve ser impecável e o tratamento com antibióticos seguido à risca. Um tratamento bem executado reduz drasticamente essa chance.
Vou precisar de mais de uma cirurgia? Muito provavelmente, sim. O tratamento padrão envolve pelo menos duas grandes cirurgias: uma para limpar a infecção e colocar o espaçador, e outra para reconstruir o osso.
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O que é a Osteoporose?
A osteoporose é uma doença metabólica silenciosa que torna os ossos progressivamente mais finos e frágeis, aumentando drasticamente o risco de fraturas. Imagine a estrutura interna do osso como uma colmeia; na osteoporose, os "buracos" dessa colmeia ficam cada vez maiores, enfraquecendo toda a estrutura.
O grande perigo da osteoporose é que ela não causa dor ou sintomas até que uma fratura ocorra. Essas fraturas, chamadas de fraturas por fragilidade, acontecem após traumas mínimos, como uma queda da própria altura, um espirro ou até mesmo espontaneamente. Os locais mais comuns são o punho, a coluna, o ombro e, a mais temida de todas, a do quadril.
Quem deve se preocupar e tratar a Osteoporose?
O tratamento e a prevenção são indicados para:
Mulheres na pós-menopausa: A queda do estrogênio acelera a perda de massa óssea.
Homens acima de 70 anos.
Pacientes que já sofreram uma fratura por fragilidade. Uma fratura é o sinal de alerta máximo e aumenta em 5 vezes o risco de uma nova fratura.
Pessoas com histórico familiar de osteoporose ou fratura de quadril.
Pacientes com fatores de risco: Uso crônico de corticoides, baixo peso, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e doenças como artrite reumatoide.
Qualquer pessoa com diagnóstico de osteoporose ou osteopenia (um estágio anterior) no exame de densitometria óssea.
Como funciona o tratamento? É apenas tomar cálcio?
Não. O tratamento da osteoporose é um tripé fundamental que vai muito além da suplementação:
Estilo de Vida e Nutrição:
Cálcio: Atingir a meta diária (cerca de 1.200 mg/dia) através da dieta (laticínios, vegetais verde-escuros) e, se necessário, suplementação.
Vitamina D: Essencial para o corpo absorver o cálcio. A principal fonte é a exposição solar segura, mas a suplementação é quase sempre necessária.
Exercícios Físicos: Atividades com impacto e de fortalecimento muscular (musculação, caminhada, dança) "sinalizam" para o osso que ele precisa ficar mais forte.
Medicamentos Específicos:
Antirreabsortivos (Ex: Alendronato, Zoledronato): São os mais comuns. Eles "desligam" as células que destroem o osso (osteoclastos), diminuindo a perda óssea.
Anabólicos (Ex: Teriparatida): São medicamentos mais potentes que "ligam" as células que constroem osso (osteoblastos), sendo usados em casos mais graves.
Prevenção de Quedas:
Tão importante quanto fortalecer o osso é evitar que ele seja testado. Isso inclui adaptar a casa (retirar tapetes, iluminar ambientes, instalar barras de apoio), corrigir problemas de visão e realizar exercícios de equilíbrio.
Benefícios do Tratamento
Redução Drástica do Risco de Fraturas: É o principal objetivo e o maior benefício.
Manutenção da Independência e Qualidade de Vida: Evitar uma fratura de quadril significa evitar cirurgias de grande porte, perda de mobilidade e dependência de cuidadores.
Alívio da Dor: Em pacientes com microfraturas vertebrais, o tratamento pode ajudar a reduzir a dor crônica nas costas.
Riscos e Manejo
O tratamento é geralmente seguro, mas os medicamentos podem ter efeitos colaterais que devem ser monitorados pelo médico. O mais importante é a adesão: o tratamento é de longo prazo, muitas vezes por toda a vida. Abandonar o tratamento significa voltar ao risco elevado de fraturas.
Tecnologia e Diferenciais no Diagnóstico
O padrão-ouro para o diagnóstico é a Densitometria Óssea (DEXA), um exame rápido e indolor que mede a densidade mineral dos ossos em locais-chave, como a coluna e o fêmur. Este exame nos permite não só diagnosticar, mas também monitorar a eficácia do tratamento ao longo do tempo.
Conclusão: O Ortopedista como seu aliado contra fraturas
Embora a osteoporose seja uma doença metabólica, o ortopedista desempenha um papel central, especialmente após a primeira fratura. Somos nós que tratamos as consequências devastadoras da doença e temos a responsabilidade de iniciar a investigação e o tratamento para quebrar o ciclo de fraturas subsequentes. Gerenciar a osteoporose é um investimento direto na sua independência e no seu futuro.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Osteoporose tem cura? Não há uma "cura" no sentido de erradicar a doença, mas ela tem um tratamento muito eficaz que pode estabilizar ou até mesmo melhorar a massa óssea, reduzindo significativamente o risco de fraturas para níveis muito baixos.
Osteopenia é a mesma coisa? Preciso tratar? Osteopenia é um estágio intermediário de perda óssea, menos grave que a osteoporose. Nem sempre requer medicação, mas é um sinal de alerta amarelo que exige mudanças imediatas no estilo de vida e, em alguns casos, tratamento medicamentoso, dependendo de outros fatores de risco.
Tomar sol é suficiente para ter Vitamina D? Para a maioria das pessoas, especialmente idosos e quem vive em cidades, a exposição solar casual não é suficiente para manter níveis ideais de Vitamina D. A dosagem sanguínea e a suplementação orientada por um médico são a abordagem mais segura e eficaz.
Agende já sua consulta
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